quarta-feira, 8 de junho de 2011

Audiência sobre orçamento para Educação em Nova Friburgo bate recorde de público

Próxima audiência será realizada nesta quarta, 8, e contemplará bairros e os distritos de Conselheiro Paulino e Riograndina


         Atento às expectativas de um público cada vez maior e mais interessado em participar dos debates sobre a construção do orçamento para a Educação em 2012, o secretário de Educação de Nova Friburgo,  Marcelo Verly, iniciou a quinta audiência, realizada na última quarta-feira, dia 1º, apresentando ao público duas cartilhas com o tema: “Olho vivo no dinheiro público, controle social. Orientações aos cidadãos para participação na gestão pública e exercício do controle social”, publicadas pela Controladoria Geral da União, ambas contendo questões que vêm sendo debatidas há cinco semanas com ampla interação da população e a equipe da SME.
      O secretário fez um retrospceto sobre a realidade do setor em Nova Friburgo, esclarecendo tratar-se de uma rede composta de 99 escolas, 34 creches e uma escola técnica que atende, através de mais de 2.700 profissionais, a cerca de 20 mil crianças e adolescentes. E complementou:
      — Tudo isto vem sendo estruturado ao longo do tempo, com prefeitos e secretários de educação que contribuíram para isso. Não podemos dizer que nada foi feito, mas do ponto de vista do cerne da educação, que é a valorização do profissional, sem dúvida, o município tem deixado muito a desejar. Portanto, de forma objetiva, como vêm sendo tratadas todas as questões nas audiências públicas, propusemos em parceria com a comissão de educação e a presidência do Legislativo a realização de uma audiência pública no dia 22 de junho para discutirmos, de forma transparente e aberta, a política salarial para a educação municipal e sua efetiva incorporação à proposta orçamentária 2012.
       Na audiência desta quarta-feira, 8, serão ouvidas as direções das unidades e as respectivas comunidades de Conselheiro Paulino, Riograndina, Floresta, Prado, Jardim Califórnia, Parque das Flores, São Jorge, Alto do Catete, Parque Maria Tereza, Sítio dos Affonsos e Janela das Andorinhas.
      A penúltima audiência será realizada no dia 15 de junho. Nessa ocasião, serão apresentadas todas as reivindicações feitas ao longo das audiências anteriores e o volume de recursos que será disponibilizado na proposta orçamentária 2012 para seu atendimento, de forma a permitir a hierarquização das demandas e sua compatibilização com os valores disponíveis.


A voz ativa das comunidades
Representantes de 31 unidades de ensino e líderes comunitários de bairros como o Centro, Cordoeira, Vale dos Pinheiros, Lagoinha, Braunes, Perissê, Olaria, Alto de Olaria, Cônego, Cascatinha, Vilage e Granja Spinelli pediram a palavra e, mais uma vez, as principais demandas foram por reforma e ampliação de unidades, contratação de novos profissionais, materiais didáticos e equipamentos.
A aluna Neucyana Muzi de Oliveira, da Escola de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem Nossa Srª. de Fátima, falou em nome dos colegas sobre a importância da instituição, que existe há 46 anos e forma dezenas de alunos por ano.
— Entre as nossas necessidades mais urgentes temos a falta de professores, que deveriam ser 13 e atualmente só temos sete. Não é um número suficiente para suprir as nossas carências de estágio e de aulas teóricas — afirmou ela, acrescentando que a biblioteca tem livros obsoletos e que a unidade precisa de material hospitalar para treinamento de técnicas em laboratório, entre outras demandas.
Thiago Neves, pai de aluno da Creche Elza Barbosa Melhorança, em Olaria, apresentou as reivindicações que resultaram de uma reunião feita dois dias antes, com a diretora, professores e pais de alunos. Entre elas, a aquisição do imóvel, considerado por eles como sendo excelente para abrigar o pré-escolar, futuramente.
— Desta forma seria possível garantir a continuidade da educação infantil e quem sabe, ir além — argumentou, pedindo a adequação do espaço externo, onde o pátio fica num terreno acidentado, entre outras.
Foram relatados problemas de transporte com a consequente transferência das crianças da Creche Emílio Melhorance (interditada pela Defesa Civil), para o Ciep Licínio Teixeira:
— O trânsito é caótico, os ônibus não param, não tem um parquinho adequado, o banheiro é o mesmo dos adultos. Eu gostaria que meu neto voltasse para uma creche, que é o lugar certo para crianças pequenas — pediu a avó.
Geraldo Fernandes de Moura, presidente da Associação de Moradores dos loteamentos Nosso Sonho e Novo Lar, enumerou os problemas pelos quais vem passando a Escola Helena Coutinho. Inundada em 2007, passou por reforma entre 2009 e 2010, e com a tragédia de janeiro de 2011, foi interditada pela Defesa Civil. Desde então, os alunos estão no Ciep de Olaria. Ele fez críticas ao tipo de reforma realizada ano passado, “apenas uma maquiagem”, e pediu mais empenho no atendimento das demandas da escola, que há anos solicita uma quadra esportiva e não é atendida. Em recente avaliação, a Defesa Civil liberou a unidade para ser reformada, com possível retorno dos alunos no segundo semestre.
Solano França, morador do bairro Cascatinha, membro do Conselho da Escola Amâncio Mário Azevedo e pai de aluno, questionou a falta de pagamento à Emop, responsável pelas obras nas unidades de ensino e transmitiu sua preocupação com a interrupção da reconstrução. Neste ponto, Verly esclareceu que a secretaria não tem responsabilidade sobre a contratação das empreiteiras, mas tem feito cobranças ao governo estadual para que a situação seja regularizada.

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