Investimento de € 100 milhões da empresa RHI soma-se aos mais de R$ 240 bilhões que
serão aplicados até 2020 em território fluminense
Atraída pelo cenário econômico favorável do Estado, a RHI, líder mundial na fabricação de tijolos refratários para alto-forno de siderúrgicas, é a próxima indústria a se instalar no Rio de Janeiro. O investimento inicial é de € 100 milhões, que se somados aos mais de R$ 240 bilhões que serão aplicados até 2020, fazem do Rio de Janeiro a região que mais concentra recursos no mundo, considerando-se a dimensão territorial (43,7 mil km²).
A estimativa é da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, que acompanha o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) sobre a instalação de novos empreendimentos.
– Na verdade, os valores serão maiores porque há migrações na cadeia produtiva dos setores contemplados e novas propostas continuam chegando – diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno.
Para a implantação da unidade, o conselho fiscal da RHI-AG, grupo que controla a empresa, adquiriu um terreno de 980 mil m² nos limites do Distrito Industrial de Queimados, às margens da Rodovia Presidente Dutra, na Baixada Fluminense.
Inicialmente, a fábrica irá gerar 300 empregos diretos e 1.200 indiretos, sendo que 90% da mão de obra serão compostas por brasileiros, de preferência residentes no município de Queimados e entorno. A capacidade de produção para alto-fornos de siderúrgicas será de 40 mil toneladas por ano de tijolos básicos queimados, 30 mil toneladas/ano de tijolos colados com resina e outras 30 mil toneladas/ano de argamassa e misturas básicas.
Petróleo lidera investimentos
Somente em infraestrutura, o Rio receberá R$ 15,5 bilhões em obras como o Arco Metropolitano, a revitalização da Zona Portuária, os corredores BRTs, as novas linhas do metrô e a aquisição de 30 trens para a SuperVia.
O setor de exploração e produção de petróleo lidera o ranking com recursos de R$ 83 bilhões. Do total estipulado pela Firjan até 2013, 75% correspondem a investimentos industriais, com destaque para o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj), maior aplicação individual da história da Petrobras, que soma R$ 14,6 bilhões.
O Parque Tecnológico do Fundão, único espaço no mundo a reunir tantas empresas com o mesmo objetivo, tornou-se a ‘menina dos olhos’ das grandes companhias com a descoberta de óleo na camada pré-sal. Schlumberger, Halliburton, Baker Hughes, FMC, Usiminas e General Eletric anunciaram projetos para a área, com aplicação de R$ 700 milhões e geração de 1.400 empregos altamente qualificados.
A extração de óleo em águas profundas alavancou a demanda da indústria naval, que investirá mais de R$ 4 bilhões até 2014 na instalação e reativação de estaleiros, como o OSX, orçado em R$ 3,3 bilhões, que prevê 12 mil empregos diretos no Norte Fluminense.
O Rio de Janeiro também assumirá a liderança do setor siderúrgico, devido ao aporte de R$ 21,1 bilhões. Além da CSA ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica, em Santa Cruz, que começou a operar em 2010, duas usinas do mesmo porte – uma da chinesa Wisco e outra do grupo Ternium – serão erguidas na Região Norte, no Complexo do Açu.
O Porto do Açu, em construção no Norte Fluminense pelo Grupo EBX, terá capacidade para operar com navios de grande porte e será ligado a rodovias e ferrovias que permitirão o escoamento da produção das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Na Região Metropolitana, outros três terminais portuários serão construídos pelas maiores empresas brasileiras, como CSN, Gerdau, LLX, Petrobras e Usiminas. Quando entrarem em operação, servirão para escoamento de minério de ferro e cargas gerais. No mesmo local, a Petrobras vai montar sua principal base para exploração e produção de petróleo no pré-sal, gerando 20 mil novos empregos.
A Michelin investirá R$ 650 milhões em sua quinta fábrica no Rio, em Itatiaia, no Médio Paraíba. Na mesma região, a PSA Peugeot Citroën empregará R$ 1,5 bilhão na expansão de sua produção. A MAN (Volkswagen Caminhões e Ônibus) também começa a atingir escala suficiente para atrair fornecedores para o estado.