domingo, 19 de junho de 2011

Estado ocupa a Mangueira, primeiro passo para instalação da 18º UPP


Não houve troca de tiros. Bandeiras do Brasil e do Estado do Rio foram
 hasteadas no morro dos Telégrafos

As forças de segurança do Estado do Rio, com apoio de unidades das Forças Armadas, ocuparam neste domingo (19/6) o complexo da Mangueira, na Zona Norte do Rio. A operação é a primeira etapa do processo de instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Com a nova unidade, o Governo do Estado fechará o cinturão de segurança do Complexo da Tijuca, onde já existem as UPPs do Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro, Turano, Macacos e São João.

Cerca de 400 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque, Companhia de Cães, Grupamento Aéreo e 14º BPM (São Cristóvão) ocuparam a Mangueira e as comunidades vizinhas dos morros dos Telégrafos, do Parque Candelária e do Tuiuti. A operação, que ocorreu sem confrontos, contou ainda com o apoio dos chamados ‘caveirões` e retroescavadeiras do Bope e de helicópteros das polícias Militar e Civil, além de policiais da 17ª DP (São Cristóvão) e de agentes da Polícia Federal.

Foram apreendidos 32 veículos roubados, 300 trouxinhas de maconha e 35 tabletes da droga prensadas. Três pessoas, sendo dois menores, foram encaminhadas à 17ª DO por porte de entorpecentes. Também foram encontrados 35 quilos de maconha no Morro do Tuiuti.


Quatro helicópteros, sendo dois blindados, das polícias Civil e Militar, outras 14 viaturas blindadas, motos, ônibus, ambulâncias e reboques também participaram da missão, como aconteceu na retomada dos complexos do Alemão e Penha, no fim do ano passado, e de São Carlos/Santa Teresa, em fevereiro. Entre os blindados, o anfíbio Lagarta M-113, capaz de derrubar barreiras de concreto e ferro, colocadas pelos traficantes, foi usado para transportar parte da força de ocupação ao alto dos morros. Ele tem capacidade para levar até 12 pessoas de uma vez e possui uma metralhadora calibre .50, com poder para derrubar até aeronaves.

A Secretaria de Segurança montou um Centro de Comando e Controle, na 111ª Companhia de Apoio de Material Bélico, em São Cristóvão, para acompanhar toda a ação. Pela primeira vez, foram instalados aparelhos de GPS em viaturas e rádios transmissores da PM, para checar a localização e distribuição dos policiais. Uma câmera com sensor de visão frontal infravermelho instalada no helicóptero Esquilo, da Polícia Civil, também auxiliou os agentes, como na operação de retomada do Alemão.

Homens da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis vasculharam a comunidade à procura de veículos roubados. Uma equipe da Secretaria Municipal também esteve no local para fazer um levantamento das construções irregulares, que futuramente serão demolidas. As bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro foram hasteadas numa localidade conhecida como Caixa D'água, no morro dos Telégrafos. Panfletos informativos, com fotos dos criminosos mais procurados da comunidade, foram jogados do helicóptero da PM, solicitando que a população denuncie os paradeiros e possíveis esconderijos de armas e drogas.

Para o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a ocupação foi um sucesso e representa uma conquista para o Estado e a população.

- Iniciamos hoje a instalação da 18ª UPP, com presença maciça de policiais,no sentido de garantir que não houvesse qualquer tipo de reação e o plano se confirmou. Esse momento é importante para a segurança pública, porque nunca uma instituição entrou aqui sem ser rechaçada a tiros. Hoje, não só entramos, como devolvemos o território seus moradores. A polícia entrou para ficar, assim como nas outras comunidades. Após a instalação das tropas, o trabalho ficará mais focado no vasculhamento, na intenção de localizar pessoas procuradas pela Justiça, drogas, armas e qualquer outro objeto ilícito, com a colaboração popular - disse o secretário.

Segurança para 21 mil moradores da Mangueira

A implantação das UPPs faz parte do novo modelo de segurança pública do governo do Estado, iniciado em 2008, voltado para a redução dos índices de violência e retomada de territórios antes regidos pela criminalidade. No projeto, que aplica o conceito de policiamento de proximidade, permitindo a interação entre moradores e policiais, também estão incluídas ações de promoção e fortalecimento de políticas sociais.

Mais de 21 mil pessoas serão beneficiadas diretamente com a instalação da unidade da Mangueira/Tuiuti, fechando o cinturão de segurança do Complexo da Tijuca, que compreende as comunidades dos morros do Turano, Salgueiro, Formiga, Andaraí, Borel, Macacos e São João/Matriz. No total, 550 mil moradores do entorno serão favorecidos. As outras UPPs estão instaladas no Santa Marta, Cidade de Deus, Jardim Batan, Babilônia/Chapéu Mangueira, Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, Tabajaras e Cabritos, Providência, Fallet/Fogueteiro, Prazeres/Escondidinho e São Carlos/Mineira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário