Posse: espera até agora inútil pelo distrito industrial, que pode atrair | muitas empresas e gerar empregos. |
Há 10 meses, o governo municipal anunciava, durante solenidade no quinto distrito, a criação do Distrito Industrial da Posse. A medida tinha como principal objetivo o desenvolvimento econômico da região, mas ainda nem saiu do papel. A Área de Especial Interesse Econômico, proporcionando aos empresários uma tributação diferenciada de ICMS a 2%, por meio da lei nº 5.792/10, sancionada pelo governador Sérgio Cabral, ainda não foi delimitada pela Prefeitura. A indefinição sobre onde será instalado o condomínio industrial atravanca o projeto e desestimula os empresários.
O diretor da Agix Motor Company, Leandro Selano, é um dos interessados pelo Distrito Industrial, porém, de acordo com ele, são mais de sete meses de indefinição e desinteresse do governo municipal. “Nós alugamos uma sala na Posse justamente para dar andamento a este processo, mas até agora nada aconteceu. Minha secretária liga todos os dias para a Prefeitura tentando marcar uma reunião com o prefeito ou com o secretário de Desenvolvimento Econômico, mas, infelizmente, nunca retornam as nossas ligações. Tenho total interesse em instalar minha fábrica no Distrito Industrial, mas pelo visto este interesse não é recíproco”, ressaltou o empresário.
A Agix Motor Company é uma empresa especializada em veículos de carga elétricos. Com sede no Rio de Janeiro, a Agix conta também com filiais em São Paulo e em outros países. “Nossa intenção é abrir uma fábrica totalmente nova, de onde as peças e veículos serão transportados para todo o mundo. O veículo elétrico é totalmente verde e eficiente”, comentou. O investimento da Agix seria em torno de R$ 20 milhões e cerca de 200 empregos diretos seriam gerados.
Leandro Selano contou que está procurando outras cidades para a instalação da fábrica. “Se esta indefinição continuar, vamos ter que procurar outro local. Vai ser uma pena. Acreditamos no projeto e queríamos fazer parte dele”, frisou o empresário. Além da Agix Motor, outras 16 empresas estariam interessadas em fazer parte do Distrito Industrial. O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Nelson Sabrá, lamenta a “inércia” do poder público em dar andamento ao processo. “A cidade conseguiu superar um desafio enorme que foi incluir o quinto distrito na lei de incentivo do estado, e agora, devido a esta inércia, não está usufruindo desta decisão. É uma pena”, lamentou.
De acordo com Sabrá, em novembro do ano passado, integrantes do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Inea), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Prefeitura estiveram nos dois terrenos às margens das estradas União e Indústria e Silveira da Mota (Km 5 e Km 7), para avaliar as condições das áreas e estabelecer qual das duas seria instituída como a Área de Especial Interesse Econômico. Segundo Sabrá, o terreno localizado no Km 7 teria sido descartado pela Secretaria de Meio Ambiente, porém, o que mais causou maior estranheza ao ex-secretário é que o Meio Ambiente nunca emitiu um relatório ou laudo vetando o terreno. “Fiquei quatro meses solicitando este laudo, que nunca saiu. E o pior é que o governo também não se decidiu sobre o outro terreno, localizado no Km 5. Formou-se este impasse entre as duas áreas”, disse.
Mesmo sem estar definida, a Área de Especial Interesse Econômico da Posse passou pela Comissão Permanente de Análise de Projetos Especiais e Avaliação da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo (Coperlupos). junto com a lei de criação do Distrito Industrial da Posse, o projeto também já foi aprovado pela Câmara Municipal.
Em nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que “o distrito industrial já foi criado a partir da lei estadual nº 5.792/10, que reduz de 19% para 2% a alíquota de ICMS para a recuperação industrial do Estado do Rio de Janeiro, que inclui o 5º distrito de Petrópolis, e a lei foi sancionada no dia 23 de julho de 2010 pelo governador Sérgio Cabral. Em relação à licença ambiental, cada empresa interessada em ir para a Posse deve solicitar as documentações necessárias, inclusive ao Inea, que faz a análise de acordo com a atividade desenvolvida e de acordo com a área solicitada. Em breve, a secretaria irá divulgar o novo levantamento que está realizando sobre geração de emprego e empresas interessadas no distrito”.
Fonte: Tribuna de Petrópolis
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