Oportunidades e desafios para o setor orgânico foram tema do seminário Green Rio
A decisão do governo federal de tornar a Copa de 2014 sustentável, aliando sua imagem à questão ambiental, vai trazer para os produtores orgânicos do Estado do Rio oportunidades de ampliação dos mercados consumidor e de produção. O tema foi debatido na terça-feira (23), pelo secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, e o coordenador da Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, Claudio Langone, entre outras autoridades ligadas ao setor, no seminário Green Rio – Oportunidades e Desafios da Copa de 2014, organizado pelo portal Planeta Orgânico, na sede do Sebrae, no Centro do Rio.
Classificada por Christino Áureo como uma oportunidade de ouro para o produtor fluminense, ele informou que o estado vem desenvolvendo duas linhas de ação para fomentar a atividade. Uma mais genérica, que identifica o produto como ecoamigável, e outra como orgânico.
– Nossa idéia é que o fornecimento de alimentos para as delegações seja de origem orgânica, cujo processo de seleção é mais rigoroso. Já os produtos ecoamigáveis, que cumprem a legislação e seguem um rigoroso parâmetro no conteúdo dos chamados agroquímicos, complementarão o abastecimento. Esse somatório vai dar aos produtores do estado a possibilidade de usufruir de um mercado cuja remuneração e rentabilidade é melhor – explicou.
Segundo o secretário de Agricultura, cada região fluminense tem uma vocação que pode ser convertida para a produção orgânica. Ele lembrou ainda, que o Estado do Rio de Janeiro vai oferecer uma série de iniciativas nas áreas de capacitação, treinamento de produção, crédito, certificação e tributação neste segmento.
– Além disso, em termos de ação de governo, já está em execução o Programa Rio Rural, que visa ao desenvolvimento rural sustentável nas microbacias hidrográficas do estado. A nossa pauta de sustentabilidade em relação à produção para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 estará abrigada dentro da proposta do Rio Rural e convertida nos projetos e subprojetos já em andamento. Não podemos chutar para fora o pênalti da sustentabilidade – acrescentou.
Hoje, levando em consideração principalmente o complexo horti, o estado deve reunir cerca de mil agricultores envolvidos na produção de orgânicos, seja formalmente, ou fornecendo para outro produtor que agrega valor à produção, colocando o produto no mercado.
O objetivo do seminário é identificar oportunidades em diferentes regiões do estado, capazes de atender a demanda que será criada em função da Copa e também dos outros eventos que o Rio de Janeiro vai sediar, explicou a diretora do Planeta Orgânico, Maria Beatriz Martins Costa.
Quatro indicadores farão parte da Copa sustentável: orgânicos, agricultura familiar, produtos da biodiversidade e comércio justo, informou Maria Beatriz.
– Na medida em que os estabelecimentos comercializem produtos com origem rastreada, farão parte da divulgação feita pelo governo para promover a Copa Orgânica e sustentável – explicou.
Para Christino Áureo, muito mais importante do que o estado do Rio dizer ao mundo que é um bom produtor de orgânicos, fazendo uma boa imagem do Brasil na área de produção sustentável, é conquistar o consumidor interno.
– Esta será a nossa grande conquista. O radar desse consumidor ainda não vê com clareza o tema. Se conseguirmos como legado obter volume, escala e regularidade na produção de orgânicos, já vamos ter cumprido uma grande missão – concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário