Nesta sexta, 26, entra em cartaz no Centro de Arte a homenagem que o Gama, em parceria com o escultor Zeppe, preparou para o pintor Alberto da Veiga Guignard, nascido em Nova Friburgo em 1896 e morto há 49 anos. Conhecido mundo afora, Guignard é reverenciado em Minas Gerais—onde descobriu e lapidou o talento de alunos no Instituto de Belas Artes de Belo Horizonte—porém, em sua terra natal, continua sendo um ilustre incógnito. É louvável, portanto, o empenho do Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama) para tornar Guignard popular entre os friburguenses. E o grupo quer mais: para tornar o legado de Guignard apreciado por seus conterrâneos, esta exposição especial mostrará sua obra através dos trabalhos do pintor e também diretor de artes visuais do Gama, João Baptista Felga de Moraes, e dos óleos sobre tela de Marcelo Auad.
O ator e jornalista Paulo Carvalho observa que a exposição—intitulada “Uma história viva em busca de Guignard”—valoriza a multiplicidade de significados do Gama no dia a dia de Nova Friburgo. “Antes de mais nada quero esclarecer uma coisa: sei pouco sobre Guignard e Zeppe. Mas sei que o Gama é a minha vida. Muita gente pensa que o Gama é apenas um grupo de teatro que produz espetáculos. Mais do que as cerca de 50 peças teatrais já montadas por sua equipe, das quais participei de algumas, com muito orgulho, esse grupo cada vez mais consolida sua participação cidadã valorizando os reais talentos da terra”, comenta. E Paulo Carvalho tem razão. O Gama é incansável em tentar dar aos filhos desta terra o valor que eles merecem. Foi assim com Galdino do Valle Filho—autor do projeto que criou o Dia da Criança, hoje mais conhecido na cidade graças às ações do grupo—e também com Benito di Paula, que ano passado abrilhantou a noite do Teatro Municipal com um show especial, em mais uma iniciativa do Gama.
“Com todo esse esforço, o Gama incentiva a cultura e o social. Como é bom saber que nas escolas da cidade já se fala sobre Galdino do Valle, Guignard... Vamos resgatar a autoestima do friburguense valorizando seus filhos”, comenta Paulo em comunhão com Felga de Moraes que atribui ao fundador do grupo Júlio Cezar Seabra Cavalcanti—o Jaburu—o êxito dos empreendimentos. “É impressionante a garra e a mobilização do Jaburu. Ele tem uma ideia e logo sai em campo para viabilizá-la. E não sossega até que o projeto vire realidade”, completa Felga, que também cria os troféus dos projetos de premiação do Gama.
“O Jaburu idealiza e eu dou forma ao pensamento dele. A arte flui, pois para o Gama a arte que ele faz está sempre dentro de um contexto maior. O grupo interage com a sociedade, sempre”, avalia Felga que se destaca com suas criações multicoloridas e revela-se um talento nato na elaboração de troféus em madeira estilizados ante as diversificadas criações do grupo. “Neste tributo a Guignard não será diferente”, adianta.
Os trabalhos de Felga de Moraes poderão ser conferidos na exposição montada na sala Nêgo, do Centro de Arte, assim como as fotografias das multicriações do Gama, entre espetáculos teatrais, mostras e shows. Na sala Villa-Lobos, o público vai apreciar a versatilidade e a singeleza dos óleos sobre tela de Marcelo Auad e na sala Guignard, os trabalhos de Zeppe enaltecendo a obra de Guignard com réplicas em papel machê.
de Nikolai Gogol
Fonte: A Voz da Serra
Excelente ator e jornalista!
ResponderExcluir