segunda-feira, 27 de junho de 2011

Teresópolis: famílias devem doar material genético para comparação

A Defensora Pública Carla Stael pede que as famílias de vítimas que não foram
localizadas procurem a 2ª Vara da Família


Defensoria lembra que somente exame DNA irá permitir identificação de vítimas

Quase seis meses após a maior tragédia climática que atingiu o país e devastou Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, principalmente, os corpos de muitas vítimas ainda não foram encontrados ou identificados. E, tanto tempo depois, o reconhecimento visual não é mais possível, visto que somente ossadas têm sido encontradas pelo Corpo de Bombeiros ou moradores das próprias áreas atingidas, como aconteceu recentemente na localidade de Bonsucesso, no Terceiro Distrito. Para permitir que os familiares possam conseguir a certidão de óbito, a 2ª Vara de Família da Defen-soria Pública pede que essas pessoas cedam material genético para que seja feita a comparação com o material recolhido dos cerca de 150 corpos que foram sepultados sem identificação até o momento. Isso significa que, apesar do grande número de desaparecidos – 181, segundo o último número divulgado, tudo indica que a maior parte já foi encontrada e sepultada no Cemitério Municipal Carlinda Berlim, o Caingá.

Em entrevista ao jornal O DIÁRIO e DIÁRIO TV, a Defensora Pública Carla Stael falou sobre a cada vez maior dificuldade de identificação e os diferentes recursos utilizados para obter a identidade dos corpos. “O que nos primeiros dias era possível ser feito até de forma visual, pelo estado das vítimas, depois passou a ser colhida a digital. Mais tarde já se partiu para a coleta de material genético, que hoje em dia é a única forma de identificar as vítimas encontradas”, explicou.

Mesmo nos primeiros dias, muitos corpos não puderam ser identificados visualmente devido ao estado que chegaram ao Instituto Médico Legal. Em Campo Grande, por exemplo, residências e automóveis foram totalmente destruídos pelas pedras arrastadas pela enxurrada – dando uma ideia do que aconteceu com muitas pessoas residentes naquela localidade. Em alguns casos, foi possível colher a digital, o que permitiu que parte dos corpos sepultados sem identificação saíssem dessa lista e passassem a integrar as mortes confirmadas e, assim, fosse liberada a certidão de óbito. “Teve um momento em que os corpos não eram mais possíveis de reconhecimento por identificação visual. Nos que foram possíveis, foi colhida a impressão digital, que é a maneira mais fácil de identificação para um adulto, identificado, com carteira de identidade nos institutos legais. E, desses 150 corpos que pedimos sepultamento em único processo, 10% voltaram do IML ou do Instituto Félix Pacheco com identidade confirmada e já não são mais corpos sem identificação, passando para processo de registro tardio e as famílias estão recebendo certificação de óbito”, lembra a Defensora.

Fonte: Diário de Teresópolis


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